RISCO DE CÂNCER ASSOCIADO ÀS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS E RADIOGRAFIAS REALIZADAS EM PACIENTES INTERNADOS NA UTI

Resumo

A proposta deste estudo foi quantificar os exames de RX e TC realizados durante a internação na UTI, e estimar a dose de radiação acumulada e o risco de indução de câncer associados a esses exames. O estudo incluiu 283 de 456 pacientes que foram internados em um período de um ano. Os dados demográficos dos pacientes foram coletados do HIS, enquanto as informações radiológicas foram obtidas do RIS e do PACS. Para os RX, foram utilizados valores de E publicados na literatura. Para as TC, os valores de E foram estimados pelo produto entre o DLP disponibilizado no DICOM RDSR e os fatores de conversão publicados no relatório 96 do grupo de tarefas 23 da AAPM. O risco de incidência de câncer ao longo da vida dos pacientes foi estimado a partir de E, com base nos valores de risco tabelados no relatório BEIR VII. Com uma média de idade de 52 anos (13-90 anos) e tempo médio de internação de 25 dias (1-129 dias), os pacientes foram submetidos a uma média de 5 (0-45) RX e 2 (0-11) TC. Apenas 3 % dos pacientes não foram submetidos a qualquer um desses procedimentos. Os RX e a TC contribuíram, respectivamente, com 69 % e 31 % dos procedimentos, e com 4 % e 96 % da dose efetiva acumulada. A média e a mediana das doses acumuladas foram 18 mSv e 13 mSv, respectivamente, com máxima de 133 mSv. O risco de incidência de câncer foi
estimado em uma média de 0,10 % e mediana de 0,06 %, sendo o maior risco de 1,11 %. Os resultados deste estudo servem de base para que os médicos possam julgar a relação riscobenefício, na aplicação do princípio da justificação dos procedimentos radiológicos.